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Marcus Vinicius De Salvo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Diversos (by Zé Carioca)":

"Colegas na UNG
Ainda estão sem nada definidos."

Exatamente, sem nada definido com relação a local de trabalho e data do fim de nossa estadia na UnG. A data limite que seria dia 19 de abril foi prorrogada para o meio de maio, que já foi prorrogada para o fim de maio, que agora aparentemente será prorrogada de novo, já que nossa nova instrutora de um curso falou que foi solicitada para vir de seu aeroporto de origem para ficar aqui até 7 de junho.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mudanças e desafios

          Às 10 da manhã do dia 20 de janeiro de 1985 um Boing 747-200 da Varig, procedente de Nova York, pousa no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, inaugurando oficialmente suas operações. É o início de uma longa história ou de várias histórias de muitas pessoas que passaram grande parte de suas carreiras, de suas vidas neste gigante. Na virada do dia 14 para o dia 15 de janeiro de 2013 a Infraero deixa oficialmente o Aeroporto, passando-o à iniciativa privada, embora ainda com 49% de suas ações. Embora não seja o fim do aeroporto, é um marco significativo na vida de centenas de funcionários da estatal e no transporte aéreo brasileiro. Alguns estavam trabalhando aqui há mais de 28 anos, literalmente ajudaram a construir tudo isso, carregando paus e pedras. Mesmo com todas as dificuldades, caos aéreo, superlotação, os trabalhadores da Infraero enfrentaram tudo isso, garantindo o pleno funcionamento do aeródromo. Se hoje era para termos uma infraestrutura de maior porte, com pátios satélites, equipamentos mais modernos, terminais mais espaçosos e uma operação mais eficiente, certamente a responsabilidade não pode recair sobre o trabalhador comum. Este se virou como pôde, saiu cedo de casa e trabalhou com o que lhe foi oferecido. Infelizmente na cultura política deste país ainda predomina o nepotismo, a troca de favores, a corrupção, o uso da coisa pública para benefício individual. O TCU teve de embargar diversas obras que ficaram paralisadas até hoje por conta de superfaturamento. Licitações eram dispensadas com a desculpa de que as obras eram de emergência, como no Terminal 4 da construtora Delta. Após a saída dos militares do comando da Infraero, algumas coisas mudaram. Não havia mais meritocracia na distribição dos cargos, provas, pontuações, histórico, isso não mais era relevante. Nepotismo, relações sexuais ou amorosas, maçônicas, troca de favores, segredos descobertos era o que a rádio-peão denunciava. Por conta disso há ainda entre muitos trabalhadores mais antigos um saudosismo em relação à administração militar. Mas ainda assim, o peão continuava a organizar as filas, balizar aeronaves, cuidar do que era do povo. Carregou o aeroporto nas costas.
          Alguns, como eu, continuarão suas carreiras em outras dependências. Outros, uma minoria, se propuseram a trabalhar para a concessionária. Muitos, no último instante, optaram por permanecer na Infraero. Alguns ainda então se aposentando e aderindo ao PDITA. Seja qual for a opção de cada um, desejo que, dentre as escolhas possíveis, ela seja a melhor possível, que atenda melhor a expectativa de cada um. Já trabalhei alguns anos para o setor privado e particularmente tenho meus motivos para desconfiar de sua seriedade e compromisso com o trabalhador. Em relação à Invepar, após assistir às negociações sindicais, o modo de distribição de cargos e salários e o tratamento dado aos trabalhadores, tanto ao mais baixo na hierarquria, quanto ao mais alto, que teve de renunciar boa parte de seu tempo de não trabalho, aquele que passava com a família e amigos, para ficar à disposição da empresa, sem horário definido, fez meu pessimismo aumentar ainda mais. Não convém julgar a decisão de cada trabalhador, cada um tem um motivo particular para a tomada de decisão. Aos que suspenderam contrato com a Infraero, que use este período de 18 meses para se certificaram do que realmente querem. Aos que sempre trabalharam com ética e souberam cativar amigos e respeito, seria muito bom tê-los como colegas de trabalho novamente na Infraero. Já aos que preferiram delatar os colegas para receber algum benefício, assediaram moralmente, têm dezenas de reclamações sindicais, tiraram ou deram cargos de confiança com base em critérios duvidosos, desejo que estes continuem na concessionária.
          Quanto a este blog, gostaria de considerar alguns fatos. Ele foi criado no final de julho do ano passado. O intuito de sua criação era preencher uma lacuna que havia de expressão de opiniões, um espaço democrático onde todos pudessem opinar sem a obrigatoriedade da auto-identificação, evitando assim perseguições de chefes ditadores. Neste tempo publicamos 31 postagens e 183 comentários, atingindo quase 8000 visitas. A enquete mostrou que pouco mais da metade não estava interessada em sair da Infraero, independente do salário. Alguns só sairiam se o salário oferecido fosse consideravelmente acima do recebido pela estatal. Vendo os número hoje dos que permaneceram na estatal e os que foram para a concessionária e os salários oferecidos, a pesquisa se mostrou eficaz. Tanto que teve de ser realizado o chamamento 7 oferecendo mais de 1000 vagas para suprir esta demanda. As discussões no Facebook, neste blog, nas assembléias do sindicato e reuniões com a concessionária mostraram que o trabalhador não é objeto de manipulação. Muito pelo contrário, o senso crítico da categoria e entendimento do processo como um todo pôde superar aos daqueles que visaram apenas ludibriar os trabalhadores. Este espaço continuará público e  aberto aos novos temas e discussões. Qualquer um pode escrever uma postagem, anônimo ou não, e enviar para csclay@gmail.com.
          Foi um imenso prazer e aprendizado estes 6 anos que permaneci neste aeroporto. Agora é importante nos adaptemos às mudanças e desafios que se apresentarão a partir de agora. Um agradecimento especial ao Zé Carioca, ao Eduardo Odraude, à Simone Carvalho e todos que ajudaram na construção deste espaço. Sucesso à todos!

Clayton Rêgo