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Marcus Vinicius De Salvo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Diversos (by Zé Carioca)":

"Colegas na UNG
Ainda estão sem nada definidos."

Exatamente, sem nada definido com relação a local de trabalho e data do fim de nossa estadia na UnG. A data limite que seria dia 19 de abril foi prorrogada para o meio de maio, que já foi prorrogada para o fim de maio, que agora aparentemente será prorrogada de novo, já que nossa nova instrutora de um curso falou que foi solicitada para vir de seu aeroporto de origem para ficar aqui até 7 de junho.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

SER O AGENTE DA SITUAÇÃO

          À medida que as sociedades se complexificam os elementos ou instituições que têm o papel de realizar uma coesão social se tornam cada vez mais rarefeitos. Não é diferente no caso da classe operária. Em parte pode-se atribuir esta atomicização à própria organização do trabalho instituida atualmente (competitividade imposta pelo capitalismo modermo em que os trabalhadores ao invés de se unirem por um bom comum à toda à classe, passam a competir entre si, seja por postos, salários ou reconhecimento; regime de terceirizações etc), mas também o individualismo, no sentido de exaltação do indivíduo em contraposição à noção de pessoa (DUMONT, Louis). 
          Instituições como os sindicatos, associações de funcionários ou agremiações deveriam ter esse papel no que se refere ao trabalho. No caso dos aeroportuários, a ASSINFRA não exerce papel nenhum neste sentido e fico me perguntando se mesmo exerce alguma função que não seja a de dar presentinhos ridículos em dia dos pais e das mães. O papel dela deveria ser o de promover o convívio entre os trabalhadores proporcionando alguma solidariedade orgânica. Já o SINA também tem se mostrado bastante ineficiente neste sentido. Conseguiu, segundo seu presidente, negociar com o governo e melhorar as garantias dos aeroportuários nos contratos de concessão, vejo também o Lemos em algumas entrevistas defender a estatização dos aeroportos e a categoria. Reconheço estes feitos, embora acho que o leque de ações do sindicato poderia ser mais amplo do que se focalizar em negociações apenas. Deixar as coisas acontecerem para depois ver onde se pode ganhar ou tentar minimizar as perdas. Esta parece ser a filosofia reinante.
          Marx ficaria surpreso em ver o sindicato a se afastar da esquerda, caminhando ao centro e de flerte com a direita. Parece mais uma assessoria jurídica jogando as regras do jogo existente e não propondo novas. Está desconsolado com as atrocidades de Stalin e as condições de Cuba? Ficou magoado com o totalitarismo de Mao e o genocídio cultutal imposto pelos soviéticos ao leste europeu na década de 60? Tadinho. Mas quem falou que era pra aliar socialismo e totalitarismo? Em uma sociedade pouco instruída a democracia perde muito de sua eficácia em promover o bem-estar social, então resolvem que a população não deve se meter na política, deixem isso pra quem entende. E deixam, pelo consenso ou pela força.
          Assim o mundo ficou a mercê de meia dúzia de super poderosos. Na crise dos mísseis de 1962 por pouco não se iniciou a Terceira Guerra Mundial. As coisas dependiam de telefonemas entre chefes de Estado. O destino da humanidade estava condicionado às suas paixões e seus desejos megalomaníacos irracionais. Hoje se a democracia avançou no planeta, em contraposição o atomismo social também o fez, só que com mais eficácia.
          E o que essa ladainha toda tem a ver com você? Se você não votar, alguém votará por você. Se você não escolher, alguém escolherá por você. Se você não agir, alguém tomará as rédeas da situação e, principalmente, se você calar, alguém falará em seu nome.

Clayton Rego